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Bem-vindos à Cartagena!

Em minha primeira aventura pelas belezuras da América Latina, eu não poderia ter escolhido melhor cartão-postal que a cidade de Cartagena na Colómbia, fonte de inspiração do renomado autor Gabriel Garcia Marques (Prêmio Nobel da Literatura). Destino dos apaixonados, não restam dúvidas de onde vem o furor de Fermina por Florentino e Juvenal no triângulo amoroso vivido em “El amor en los tiempos del cólera” (1985).

Destino não apenas dos casais, mas de todo e qualquer viajante apaixonado pelo mundo e pela vida. Cabe pai, mãe, filhos, primos, amigos, papagaio e periquito na visita à  pequena notável Cartagena das Índias.

Neste pequeno espaço, concentrarei meu registro de viagem com o intuito de conferir-lhes uma visão mais real do que foi minha experiência colombiana, para além das informações batidas em dezenas de sites “turistões”.

Fazer turismo é como bolo de vó. Cada um tem uma receita. Pessoalmente, fujo de checklists de pontos turí­sticos e mal faço um roteiro prévio. Por mais paradoxal que seja, caio no mundo para me desligar dele. Viajo para curtir o destino, apreciar uma nova culinária e o único plano que tenho é o de não fazer planos.

E vamos logo para algumas informações relevantes: fiquei seis dias na cidade e foi tempo mais do que suficiente para conhecê-la. Recomendo, no mínimo, três dias para uma experiência bacana. Tudo depende de seu ritmo de viagem e suas intenções.

Fiquei hospedada em um apartamento particular no edifício Mar Adentro no bairro Bocagrande. Embora de frente para a praia com diversas opções de restaurantes e lojas no entorno, eu optaria em ficar no próprio centro histórico da Ciudad Amurallada caso retorne à  Cartagena um dia.

A primeira preocupação na chegada provavelmente será a de encontrar uma casa de câmbio para a conversão do dinheiro. Nem todas as lojas aceitavam o dólar como moeda e, quando o faziam, convertiam o dólar a 4 reais/1dólar. Considerando a recente queda da moeda americana, a transação não vale muito a pena. Então, procure uma casa de câmbio com taxas melhores ou tente checar com o seu banco se é possí­vel sacar os pesos no caixa eletrônico. Na época, sacamos no caixa eletrônico o equivalente a 3.000 pesos por dólar, enquanto as casas de câmbio ofereciam por volta de 2.700 a 2.800 pesos pelo mesmo valor.

E como é feita essa conversão? A conta mais fácil é pegar o valor do produto, cortar os três zeros finais (000) e dividir por 3 para saber o preço em dólar. Uma refeição de 45.000 pesos, equivale a 15 dólares e este é de fato o preço a ser pago em grande parte dos restaurantes.

Em seus primeiros passos pela cidade, será notória a quantidade de colombianos tentando vender chapéus, pacotes turí­sticos, artesanato, etc. O turista é como pão pra peixe! Por isso, muito cuidado! Quando se tratar de pacotes, é muito mais seguro ir aos estandes de venda do próprio porto da cidade – de onde saem os barcos de passeio. Os preços praticamente não oscilam. Recomendo ainda ir na segunda lojinha à  direita do portão e procurar pela Denise, moça negra, sorridente e jovem, que foi muito sincera quanto aos passeios que valiam ou não a pena. Valeu Denise!

Todos os passeios que saem do porto tem como destino alguma ilha que compõe o Arquipélago do Rosário no mar caribenho. Tanto na ida quanto na volta (principalmente nesta), recomendo sentar na frente do barco para se molhar menos e ter uma vista mais bonita.

Optamos pela famosa Isla del Pirata, ilha ocupada por um hotel particular a cerca de 1 hora de barco do porto. O passeio custou 120.000 pesos por pessoa (40 dólares) com almoço incluso ““ prato típico da região não sujeito a alteração (peixe assado, banana frita, salada e arroz de coco). Recomendo experimentar o delicioso suco de abacaxi com limão da ilha (11.000 pesos)!

Lá é oferecida a opção de snorkel a parte (40.000 pesos). Optamos em ir e gostamos bastante. Não vimos nada de muito diferente além dos peixes. Mas como o fundo do mar é tomado por corais, achei a experiência maravilhosa. Nadamos no meio de um cardume gigantesco de peixes coloridos! Cuidado apenas para não cortar a perna nos corais.

Cafe Del Mar

Não perca o pôr-do-sol no Café Del Mar! Experiência incrível e indescritível.

Outra opção de passeio é a Playa Blanca. Pequena, mas muito bonita, boa para nadar e levar as crianças. O único inconveniente é a quantidade de barracas pagas e vendedores ambulantes oferecendo-lhe serviços o tempo todo. Optamos pelo passeio de barco a 55.000 pesos com almoço incluso. Mas eu faria diferente caso retornasse ao lugar. Esta praia é acessível a carros e é possível visita-la de taxi por cerca de 60.000 pesos. Chegue mais cedo, leve sua canga e uma bolsinha com água, frutas e snacks, curta o máximo possí­vel e retorne ao centro para almoçar (não recomendo os restaurantes da praia).

Mais tarde, antes do pôr-do-sol, passe no Castelo de São Felipe de Barajas. O monumento fica próximo ao centro e vale a pena conferir no final da tarde. Por ser mais alto, as fotos da cidade ficam incríveis!

Centro Histórico

Por outro lado, não vale a pena ir ao convento da Popa. A vista é, de fato, maravilhosa, mas o ponto fica longe, o taxi é caro e ainda tem de pagar 20.000 pesos por pessoa para entrar. Além da vista, não há mais nada para ser visto.

Próximo ao Castelo de São Felipe de Barajas, fica o famoso bairro negro ou Gtsemani. Embora não chegue aos pés da cidade histórica, a região é bem bonitinha e possui algumas atrações interessantes. Não deixe de conferir o Café Havana, sobretudo no fim de semana. à noite acontece um tí­pico show de Salsa ao vivo no local, repleto de gringos a 25.000 pesos.

Na noite de quarta-feira há uma famosa balada no Hostel Media Luna no mesmo bairro. São dois andares de festa com música ao vivo e DJ a 20.000 pesos Perfeito para quem quer conhecer pessoas e dançar como se não houvesse amanhã!

Deixei a Ciudad Amurallada para o grande final, pois esta sim é de tirar o fôlego! Nada melhor que se deixar perder pelas ruelas do centro histórico sem destino, observar as casas, a arquitetura, as flores… Além disso, as melhores opções gastronômicas estão lá

La Chevicheria é um restaurante imperdí­vel. Famoso mundialmente pelo seu Ceviche, é onde vai encontrar o melhor exemplar deste prato tí­pico (tipo um picadinho de frutos do mar com caldinho de limão). Por ser muito conhecido, tem fila. Recomendo chegar mais cedo. Na primeira vez que tentamos ir a fila estava longa demais, mas da segunda vez só tinha 5 mesas na nossa frente e não demorou muito. E não deixe de pedir um “Cocolloko”, limonada de coco com vodka (yummy!).

Se estiver a procura de algo mais sofisticado, perdido em uma pequena rua colorida, encontramos o maravilhoso restaurante “Bohemia”. O preço pode ser meio salgado, mas compensa pelo lugar. A comida é deliciosa e pedimos uma jarra de “Sangria” (vinho tinto com pedaços de frutas e muito gelo). Ainda que saia de seu orçamento fazer uma refeição no Bohemia, dê uma passadinha durante o dia nem que seja pra tomar uma limonada de coco!

Outro restaurante incrível para um jantar especial fica no do hotel Grapthon (não me lembro como se escreve). Tanto a parte ao ar livre quanto no interior do hotel são maravilhosos. Pra chegar lá, passe pelo Cafe Del Mar em direção ao fim do muro. Inconfundível!

Se quiser uma opção de lanchinho, vá à  Gokéla! Funciona como um Subway de comidas saudáveis.

Os ingredientes são fresquinhos e você escolhe o que vai compor seu pedido. Tem opções de saladas, wraps, burritos, etc. Além dos sucos naturais e smoothies deliciosos.

A cafeteria Juan Valdez é também imperdível! Café mais famoso do país. Ir a Colômbia e não experimentar seu café é como ir à  Roma e não ver o Papa. Tenho certeza que não resistirá à s tentações.

Fora da cidade murada, passe no Shopping do bairro Bocagrande. No penúltimo andar, na praça de alimentação, há um estande de sorvete perto do café Juan Valdez. Se joga na casquinha: Chips Ahoy, Milkyway, Snickers e Oreo. Verdadeira tentação! Cada casquinha custa cerca de 6.500 pesos com duas bolas de sorvete.

Dica de ouro: passe no supermercado em Bocagrande e compre a tequila mexicana Don Julio por cerca de 90.000 pesos (30 dólares). Simplesmente maravilhosa! No Free Shopping custa 80 dólares e no Brasil é uma pequena fortuna.

Outra dica muito importante é sobre o serviço de taxi. Antes mesmo de entrar no veí­culo, pergunte quanto o motorista cobra para te levar a tal lugar, pois eles não fazem uso de taxímetro como no Brasil. E isso pode te render uma péssima surpresa.

No mais, se jogue em Cartagena e se deixe encantar palas belezuras de lá.

P.S.: Nossa viagem ocorreu no final de março 2016, final da alta temporada. Os preços e cotações podem variar de acordo com a época do ano.

Por Júlia Rodrigues, 22 anos mestranda em direito da UFJF.

Por Júlia Rodrigues, 22 anos mestranda em direito da UFJF.